Um dos objetivos do Programa COPAÍBAS é a promoção de alternativas econômicas para as populações tradicionais do Cerrado e da Amazônia por meio de Arranjos Produtivos e investimentos estratégicos em Cadeias de Valor da sociobiodiversidade. Com isso, pretende-se estimular o uso sustentável da biodiversidade, eliminando gargalos que impactem o pleno desenvolvimento dos negócios de base comunitária existentes nas regiões.
Os Arranjos Produtivos (APs) são agrupamentos de agentes econômicos, políticos e sociais com foco em um conjunto específico de atividades econômicas. Os APs geralmente envolvem empresas produtoras de bens e serviços, fornecedoras de insumos e equipamentos ou consultorias, entre outras. Sua implementação facilita a interlocução das organizações entre si, com outras entidades locais, governos, instituições de pesquisa e financiamento.
Os investimentos do programa visam a consolidação dessas estruturas, por meio de chamadas de projetos, para apoiar ações que aumentem a produtividade e fortaleçam a infraestrutura para processamento e armazenamento dos produtos da sociobiodiversidade, ampliando o acesso a mercados e os mecanismos de comercialização de seus produtos. Isso pode incluir ações como:
- melhorias à qualidade da produção e agregação de valor a produtos da sociobiodiversidade;
soluções logísticas; - acesso a financiamentos;
- abertura e consolidação de mercados;
- adequações sanitárias;
- formações em gestão administrativo-financeira;
- empreendedorismo e práticas produtivas sustentáveis, entre outras.
Projetos apoiados
Instituição responsável: Associação de Pescadores Artesanais de Porto de Moz (ASPAR)
A condição essencial para os pescadores é o armazenamento com qualidade do pescado e é por isso que, somado aos esforços de minimizar os custos para os pescadores, ao passo em que se busca aperfeiçoar a estrutura e a gestão de funcionamento da associação, este projeto tem o objetivo de melhorar a infraestrutura de beneficiamento do pescado.
Dessa maneira, o projeto busca aprimorar a gestão e o funcionamento da fábrica de gelo, adotando tecnologias sociais inovadoras e o uso de energia solar na produção de gelo, além de trabalhar na identificação da origem do pescado e as condições socioambientais dos pescadores responsáveis pela produção.
Pretende-se com a execução do projeto promover a melhoria da qualidade de vida dos pescadores, uma vez que o repasse do gelo com menor custo, proporciona aos pescadores maiores margens com a venda de seus produtos. Com isso, melhorar o armazenamento implicará diretamente na autonomia de formação de preço justo do pescado.
Estado: Pará
Bioma: Amazônia
Instituição Responsável: Associação dos Agricultores Familiares do P/A Amigos da Terra
O projeto busca fortalecer institucionalmente a associação por meio de uma gestão participativa, estimular o turismo de base comunitária em áreas extrativistas do Cerrado, fomentar a bioeconomia local por meio do fortalecimento do extrativismo sustentável e criar e estruturar redes de comercialização de frutas e seus derivados do extrativismo no Cerrado.
Dentre as metas do projeto estão: fortalecer institucionalmente a associação por meio de uma oficina sobre associativismo; garantir a gestão participativa do projeto; realizar um diagnóstico para levantamento do patrimônio natural e cultural e redes de cooperação para o turismo rural local; formar condutores ambientais; estruturar as cadeias de frutas nativas; fornecer capacitação em boas práticas de manejo, beneficiamento e culinária de frutos do Cerrado, sempre considerando as práticas tradicionais; oferecer uma oficina de artesanato a partir de matéria prima natural do Cerrado (sementes, frutos, galhos, etc.); elaborar o plano de negócios da associação e realizar um estudo de mercado para os produtos oriundos do extrativismo; e por fim, permitir a abertura de mercados para escoamento dos produtos.
Bioma: Cerrado
Estado: Tocantins
Instituição Responsável: Associação dos Pequenos Agrossilvicultores do Projeto RECA
O projeto RENOVAR tem o objetivo de consolidar a economia agroflorestal e florestal dos agrossilvicultores do projeto RECA e da região circunvizinha, tornando-a competitiva, por meio do fortalecimento das atividades de organização, produção, beneficiamento e comercialização, possibilitando maior incremento de renda familiar, melhoria da qualidade de vida e preservação do meio ambiente, fazendo um contraponto ao modelo de desenvolvimento convencional de derruba e queima, uso intensivo de agrotóxicos e da pecuária extensiva.
Além disso, as atividades do projeto buscam contribuir para a renovação de cerca de 150 hectares de SAF’s – Sistemas Agroflorestais. Estão previstas capacitações com os agrossilvicultores nas ações de manejo, tratos silviculturais e fitossanitários das plantas dos SAF’s, por meio da realização de cursos e dias de campo, valorizando os conhecimentos e habilidades dos homens, mulheres e jovens da região.
O projeto terá duração total de 18 meses e beneficiará diretamente os 150 agrossilvicultores do Projeto RECA, que terão seus sistemas produtivos renovados e melhorados, aumentando sua produtividade, ofertando maior volume de matéria-prima às agroindústrias e maior volume de produtos comercializados, proporcionando incremento de renda familiar, qualidade de vida e serviços ambientais.
Bioma: Amazônia
Estado: Rondônia
Instituição responsável: Associação dos Produtores Agroextrativistas da Colônia do Sardinha – ASPACS
O Projeto Óleos de Lábrea busca fortalecer as comunidades extrativistas envolvidas na cadeia de murumuru, melhorando a qualidade das sementes, aumentando a produção e o número de famílias envolvidas. E, desse modo, contribuir para a geração de renda das famílias associadas e coletoras de murumuru.
O projeto tem execução estimada em 18 meses. Neste período, está prevista a instalação de 50 secadores solares, 4 quebradores de murumuru e a aquisição de um barco para otimizar o transporte, com o consequente aumento de renda para os comunitários, graças à produção de matéria-prima de qualidade e à ampliação do número de famílias beneficiadas pelas ações da ASPACS.
A instalação de secadores solares melhora a qualidade das sementes ao diminuir a incidência de parasitas, aumentando em aproximadamente 5% a produção de óleo (manteiga) de murumuru. Os secadores extrapolam o benefício de modo permanente, pois poderão ser usados para secar outras sementes, entre elas feijão, milho e andiroba.
Estado: Amazonas
Bioma: Amazônia
Instituição responsável: Associação GAP EY
A idealização do projeto nasceu a partir da união de três organizações indígenas do Povo Paiter Suruí, da Terra Indígena Sete de Setembro, no município de Cacoal, em Rondônia. O projeto fortalecerá o etnoturismo já trabalhado em diferentes aldeias da Terra Indígena pelas três iniciativas envolvidas: o Centro Wagoh Pakob, o Centro de Plantas Medicinais Olawatawa e o Museu Paiter A Soe, a partir da elaboração de uma estratégia unificada que possa oferecer aos visitantes um circuito de turismo completo e robusto, com imersão em diversos aspectos da cultura e modo de vida Paiter Suruí, de acordo com as atividades que as organizações já desenvolvem.
Nesse sentido, o projeto visa ao fortalecimento das capacidades e da governança econômica territorial, promovendo parcerias duradouras internamente entre os grupos envolvidos, e aumentando a geração de renda a partir de uma atividade sustentável e que impacta positivamente o meio ambiente e a cultura. O projeto irá também movimentar outras atividades econômicas, como a venda do artesanato indígena, produzido principalmente pelas mulheres, fomentando sua autonomia, e a venda de produtos agroextrativistas, como castanha, café, banana, amendoim, cacau e mel. Dessa forma, contribui-se para reduzir a dependência econômica de atividades que causam a degradação ambiental, aumentando a percepção do valor das florestas e serviços ecossistêmicos.
Estado: Rondônia
Bioma: Amazônia
Instituição responsável: CDS-Comitê De Desenvolvimento Sustentável de Porto de Moz..
O projeto propõe organizar os produtores de açaí manejado, em uma área potencial de produção total de 150 hectares. Dessa forma, visa-se a constituição de uma cadeia produtiva de comercialização e agregação de valor em escala com uma presença ativa de mulheres e jovens construindo uma alternativa para as famílias frente à pressão exercida com atividades ligadas ao gado bovino, bubalino e a extração ilegal de madeira na região.
Dentre os objetivos do projeto, está a articulação e cooperação com as organizações do ecossistema de negócios de base comunitária e os produtores familiares individuais localizados na RESEX, com vistas à organização da cadeia do açaí de manejo; a realização da modelagem do negócio voltado para a cadeia do açaí de manejo considerando parâmetros de volume de matéria prima disponível, canais logísticos, financeiros e de mercado; identificação de jovens da Resex interessados em integrar a articulação sobre o modelo de produção e governança da cadeia do açaí manejado; e a realização de oficinas com produtores locais de açaí, existentes ou potenciais, além de mulheres e jovens moradores da Resex sobre boas práticas de coleta do açaí de manejo, cooperativismo, associativismo e empreendedorismo, inclusão e fortalecimento do papel da mulher na cadeia de valor.
Estado: Pará
Bioma: Amazônia
Instituição responsável: Cooperativa Mista de Agricultores Familiares, Extrativistas, Pescadores, Vazanteiros, Assentados e Guias Turísticos do Cerrado – COOPCERRADO.
O projeto, com duração de 18 meses, tem como objetivo escalar o agroextrativismo sustentável via mercados qualificados, ou seja, com agregação de valor por meio de certificações de qualidade orgânica e comércio justo nacional e internacional. Isso vai possibilitar melhorar o escoamento da produção agroextrativista e apresentar um produto genuíno do Cerrado, como a castanha de baru, pequi e favela para outros países, e com isso evitar o desmatamento e a desterritorialização das comunidades tradicionais.
Espera-se como resultado do projeto a preparação e certificação de 9 aldeias indígenas, com 100 famílias em 45.000 hectares, nos munícipios de Ribeirão Cascalheira, Canarana e Campinápolis no estado do Mato Grosso para certificação participativa orgânica do extrativismo sustentável, certificação internacional orgânica e comércio justo. Além disso busca-se preparar e certificar as comunidades tradicionais de fundo e feixe de pasto, no município de Correntina/BA, envolvendo 10 famílias e 3.000 hectares. Outras 13 comunidades nos municípios de São Domingos/GO, Guarani/GO Lassance/MG, Urucuia/MG, Arinos/MG e Pintópolis/MG serão beneficiadas, envolvendo cerca de 90 famílias.
As espécies nativas certificadas serão o baru, a favela, o pequi, o jatobá, a sucupira, amburana, pimenta de macaco, pimenta jaborandi, e a baunilha principalmente.
Bioma: Cerrado
Estado: Bahia, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais
Instituição responsável: Cooperativa Agroecológica dos Produtores Rurais do Município de Alto Paraíso de Goiás e Região – Cooper Frutos do Paraíso
O projeto tem como foco o fortalecimento socioeconômico de agricultores familiares e fomento ao estabelecimento de um cinturão verde na zona de amortecimento do Parque Estadual Águas do Paraíso, por meio da produção agroecológica e do Turismo de Base Comunitária (TBC) em assentamentos rurais no município de Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros.
Estes assentamentos ainda resistem como guardiões do Cerrado remanescente e da agricultura familiar na área da zona de amortecimento do Parque Estadual. Alguns dos assentados já desenvolvem pequenas iniciativas de Turismo de Base Comunitária, voltadas para valorização do modo de vida local, mas de forma ainda incipiente.
Assim, as motivações do projeto são de promoção do desenvolvimento rural sustentável em dois assentamentos rurais, buscando fomentar a melhoria da produção agroecológica local e a inserção dos comunitários nos mercados emergentes de ecoturismo presentes no território.
Dessa maneira, o projeto vai formar 40 agricultores familiares dos assentamentos em agroecologia, estabelecer roteiros turísticos nos dois assentamentos, além de criar um programa de comunicação para divulgação das atividades de TBC e formar os jovens locais para operacionalizá-lo.
Estado: Goiás
Bioma: Cerrado
Instituição responsável: Cooperativa Agropecuária Mista de Nova Guarita (COOPERGUARITA)
O projeto visa a fortalecer a cooperativa na gestão e assessoria técnica, para garantir qualidade dos processos de articulações e das etapas produtivas juntos aos grupos de sementes que pertencem à Rede Sementes do Portal da Amazônia.
Para isso, foram pensadas atividades que envolvam encontros e reuniões de planejamento e aprendizagem em rede, além de duas formações que envolvam jovens, coletores e coletoras de sementes, técnicos, professores e universidades. Estas capacitações irão abordar conteúdos sobre Escalada em Árvores – Técnicas, Equipamentos e Medidas de Segurança para Coleta Botânica e Sementes Florestais.
Bioma: Amazônia
Estado: Mato Grosso
Instituição responsável: Cooperativa Central do Cerrado
Esse projeto visa a apoiar a implantação de uma estratégia de marketing para impulsionamento das vendas da Central do Cerrado nos diferentes canais de comercialização operados pela cooperativa. Será elaborado e implementado um plano de comunicação e marketing onde serão executadas ações e campanhas que valorizem a origem social e territorial dos produtos e promovam os atributos e usos dos produtos da sociobiodiversidade do Cerrado.
É fomentada uma ação de marketing digital dirigida para impulsionamento do acesso nas redes sociais da cooperativa, com conversão de vendas nos canais de comercialização virtuais, bem como para promover o direcionamento de clientes para os pontos de venda físicos em Brasília, onde são comercializados os produtos da Central do Cerrado.
O projeto visa a encontrar soluções para o problema de grupos que estão em processo de ampliação da produção para além dos mercados locais e regionais. Tais grupos carecem de estrutura para distribuição de sua produção para entrarem nos diferentes mercados, porém a viabilidade econômica de um esquema de distribuição individual dificilmente é alcançada pelo volume e valor limitado da produção. Por se tratar de uma estratégia coletiva de distribuição dos produtos, a Central do Cerrado desafoga os grupos de gerirem uma estrutura própria de distribuição, otimiza os investimentos que são aproveitados por um conjunto de organizações, viabiliza a manutenção da estrutura pelo volume ampliado de vendas, além de promover a integração e intercâmbio entre os grupos.
Estado: Goiás, Tocantins, Maranhão, Minas Gerais e Brasília
Bioma: Cerrado
Instituição responsável: Cooperativa Mista de Trabalho Casa do Cerrado
O projeto tem o objetivo de desenvolver uma metodologia de assessoria, para fomentar e dar suporte a uma Rede de Agroindústrias do Cerrado, no estado de Goiás.
Serão realizadas atividades de formação e assessoria para qualificar a equipe de trabalho da cooperativa e de parceiros, e formular um modelo de serviço acessível, solidário, replicável e em rede.
O trabalho busca contribuir na estruturação de oito empreendimentos de base comunitária do Território Rural Médio Araguaia, ao elaborar e entregar dois projetos de agroindústrias (um de polpas de frutas e cozinha multifuncional; outro de cocos, castanhas e óleos vegetais do Cerrado) e outros seis produtos de devolução pontuais, como respostas a demandas específicas.
O projeto terá duração de 12 meses, e as atividades de formação serão divididas em duas abordagens: a assessoria “em campo”, presencialmente, e “em rede”, à distância, em um “Ciclo de Encontros e Assessoria em Agroindústrias do Cerrado”.
As histórias, demandas e soluções encontradas, para os empreendimentos participantes, serão divulgadas em um “podcast” com oito episódios, como estratégia de fortalecimento das iniciativas com produtos da sociobiodiversidade.
Estado: Goiás
Bioma: Cerrado
Instituição responsável: Coppalj – Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas do Lago do Junco
O projeto será executado em 18 meses e fortalecerá a cadeia produtiva do coco babaçu na região do médio Mearim, no estado do Maranhão. O foco dos trabalhos será na garantia de matéria prima (amêndoas) livre de contaminantes para a produção de óleo de coco babaçu da Cooperativa de Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco (COPPALJ).
Dessa maneira, busca-se potencializar os conhecimentos das famílias quebradeiras de coco babaçu, ampliando os conhecimentos em boas práticas de manejo adequado à conservação e ao processamento do babaçu, utilizando como laboratório as áreas de ocorrência de babaçu das 6 Unidades de Referência e Irradiação de Tecnologias Agroecológicas (URITAs).
Outra estratégia busca intervir no manejo de pastagem em áreas de ocorrência do babaçu nas URITAs, visando melhorar o aproveitamento da pastagem e da área através de piquetes, diminuir os impactos ambientais causados pelo pisoteio da criação extensiva e tornar a bovinocultura sustentável e harmônica ao extrativismo do babaçu.
Estado: Maranhão
Bioma: Amazônia e Cerrado
Instituição responsável: Grupo Semente, Semeando para o Desenvolvimento Sustentável
O projeto tem como objetivo principal a permanência de jovens e das suas famílias no campo, com dignidade, por meio da consolidação e ampliação das atividades extrativistas geradoras de renda, da produção até o desenvolvimento de produtos e sua comercialização.
A meta é beneficiar o coletivo Jovens Vivendo no Campo, que contempla jovens, mulheres e homens de uma comunidade rural localizada no município de Chapada dos Guimarães, além de membros de comunidades vizinhas.
O projeto visa a valorizar produtos extrativistas e os conhecimentos tradicionais associados à coleta e beneficiamento de plantas do Cerrado. Para isso, serão desenvolvidas atividades de: diagnóstico das atividades extrativistas (com foco principal no cumbaru e jatobá), por meio de levantamentos coletivos de informações e mapeamentos, acompanhamento das atividades de coleta e levantamento de custos; estudos de viabilidade econômica e construção de plano de ação para a potencialização da atividade. Também serão realizadas atividades voltadas ao fortalecimento organizacional do coletivo, para garantir a sustentação dos processos de desenvolvimento comunitário e a viabilização da atividade comercial extrativista.
Bioma: Cerrado
Estado: Mato Grosso
Instituição responsável: Instituto Raoni
O projeto visa ao fortalecimento das cadeias produtivas da sociobiodiversidade do cumaru, pequi, copaíba, breu branco e artesanato, a partir da organização dos atores envolvidos, comunitárias e comunitários, coletoras e coletores, artesãs e artesãos apoiados pelo Instituto Raoni.
A estrutura organizacional do projeto tem como base o Plano Nacional de Promoção dos Produtos da Sociobiodiversidade, que busca fortalecer os povos e comunidades tradicionais de modo a gerenciar seus meios de produção em sistemas de governança coletiva. E para este território a criação da governança é necessária principalmente devido às relações interétnicas e territoriais envolvidas nessas cadeias produtivas, assim como aos desafios dos povos indígenas e comunidades tradicionais para a inserção nos mercados regionais, nacionais e internacionais.
Dessa maneira, o projeto busca fortalecer a governança por meio de oficinas de capacitação sobre gestão comunitária de empreendimentos locais e relação com mercados, além da prospecção de comércio justo para produtos da sociobiodiversidade. Essas capacitações serão complementadas com etnomapeamento e inventários florestais das espécies a serem comercializadas.
Também para estruturar as cadeias produtivas está previsto o apoio à divulgação do projeto com uma equipe de comunicadores indígenas. As publicações relacionadas ao projeto, terão um papel importante para dar mais visibilidade às ações do Instituto Raoni na execução, dando ênfase ao papel que a floresta em pé desempenha, tanto na economia sustentável, como para redução das mudanças climáticas.
Estado: Mato Grosso
Bioma: Amazônia e Cerrado
Instituição responsável: Núcleo Gestor da Cadeia do Pequi e Outros Frutos do Cerrado – Núcleo do Pequi
O projeto busca ampliar o desenvolvimento comercial da cadeia de valor dos produtos da agricultura familiar e agroextrativistas dos empreendimentos que fazem parte do Arranjo Produtivo Local (APL) do Pequi no Norte de Minas Gerais. Contribui para gerar oportunidades de negócios e venda de produtos in natura e beneficiados, além de fortalecer a economia local e melhorar a qualidade de vida dos participantes.
A previsão é de as atividades acontecerem ao longo de 18 meses, com a busca da ampliação dos mercados para a comercialização dos produtos da sociobiodiversidade do Cerrado Norte Mineiro. E, com isso, possibilitar que os produtos do APL tenham maior valor agregado sem a interferência de intermediários e atravessadores na cadeia de comercialização, garantia de origem por meio da identificação de procedência e rastreabilidade. A consolidação de uma marca própria que beneficie os produtos de vários empreendimentos da rede é também uma das metas deste projeto.
Ao final do projeto, produtos deverão ter presença mais robusta nos mercados e as instituições envolvidas na produção e gestão fortalecidas e qualificadas para seguirem com os trabalhos do APL.
Estado: Minas Gerais
Bioma: Cerrado
Instituição responsável: Rede de Sementes do Cerrado
O objetivo do projeto é expandir a cadeia de produção de sementes nativas do Cerrado na região da Chapada dos Veadeiros com aumento no número de coletores envolvidos, na quantidade e na diversidade de sementes coletadas; com a melhora da estrutura da casa de sementes; com ampliação e melhorias na capacidade de armazenamento e na qualidade das sementes disponibilizadas para a restauração de áreas degradadas do bioma.
O projeto visa a aumentar a produção e o número de coletores em 50%, além de aprimorar a qualidade das sementes a serem comercializadas. Dessa maneira, espera-se como resultado a melhoria e maior disponibilidade de espaços para armazenamento e beneficiamento de sementes e viveiro para testes de germinação e, ainda, o oferecimento de capacitações técnicas a cada 6 meses visando a reciclagem de coletores já atuantes e o treinamento de novos coletores, incentivando a participação de mulheres e jovens.
Bioma: Cerrado
Estado: Goiás
Instituição responsável: Associação Quilombo Kalunga – AQK
O povo Kalunga vive há aproximadamente três séculos no território do Sitio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, com área de 261.999 hectares, são 39 comunidades, espalhadas em todo este território. Trata-se da maior área remanescente de quilombo do Brasil, tendo também a maior população, aproximadamente 1.530 famílias.
Este projeto visa a organizar e expandir a cadeia produtiva dos produtos Kalunga, promovendo a comercialização pela construção de uma loja e um museu, além da reestruturação dos espaços produtivos de beneficiamento, venda e comercialização on-line.
As ações serão executadas por meio do mapeamento dos produtos, assistência técnica no desenvolvimento de embalagens, rótulos e padrões de conservação para segurança sanitária.
Haverá a construção de um espaço de comercialização dos produtos na cidade de Cavalcante -GO, a cerca de 300km de Brasília, nos terrenos da sede da AQK e um curso para os condutores de visitantes Kalunga sobre Turismo de Base Comunitária. Além disso, serão formados grupos de observadores de aves (birdwatching), de fotografias e produção de conteúdo em vídeo.
As atividades estão previstas para ocorrer por 18 meses de duração e como resultados, espera-se que a comunidade consiga melhorar a oferta do serviço de comercialização dos seus produtos e a expansão da geração de renda pela ampliação do acesso a outros mercados e ao E-commerce. Além disso, há expectativa de promover o reconhecimento de produtos do cerrado e das comunidades tradicionais quilombolas que residem no Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga.
Estado: Goiás
Bioma: Cerrado