Indicadores de conservação do território, mamíferos silvestres do Cerrado, de grande porte, como a onça-parda e onça-pintada, foram registrados pelas dezenas de armadilhas fotográficas espalhadas pelo Parque Estadual de Terra Ronca, em Goiás. No total, 20 câmeras trap — armadilhas ecológicas — instaladas na primeira etapa do projeto “Detetives Ecológicos — PETeR”, qualificam a produção de dados ecológicos para um levantamento com mais de dez espécies presentes na fauna local.
O segundo maior felino das Américas, a onça-parda (Puma concolor), é o símbolo do projeto. “É a atriz principal, um animal muito especial, porque transita por diversos territórios: em áreas florestadas, desérticas ou com temperaturas baixas. Isso faz com que a espécie tenha contato com diversas sociedades e tenha tantos nomes populares diferentes, como puma, onça-parda, suçuarana, onça-vermelha, onça-amarela e leão da montanha. São muitos nomes, tanto na língua espanhola e na portuguesa, quanto nas línguas nativas. Suçuarana é um nome em tupi, que está associado à cor da onça”, explica a pesquisadora técnica, Fernanda Cavalcanti de Azevedo, do Programa de Conservação de Mamíferos do Cerrado, vinculado a Universidade Federal de Catalão, que executa as pesquisas.
A Unidade de Conservação (UC), que abriga o maior complexo de cavernas da América do Sul, tem uma área de 57 mil hectares — maior que o estado do Rio Grande do Norte — e abriga uma rica diversidade de espécies de mamíferos, como a raposa-do-campo — espécie endêmica do bioma Cerrado — e o tatu-peba.
O projeto também inclui ações de Educação Ambiental nas escolas e com a comunidade do entorno. “É preciso mudar o relacionamento do ser humano com esses animais, conscientizar sobre os danos da caça e extermínio. Com o apoio do Programa COPAÍBAS, além dos equipamentos, como coleiras, câmeras e quadriciclo, ampliamos as ações educativas nos municípios de São Domingos e Guarani de Goiás. Mais de 1.800 crianças já participaram”, fala Wesley Andrade, gestor da UC.
As próximas etapas contam com a instalação de mais câmeras em pontos estratégicos do parque e a adoção das coleiras GPS, para entender como as espécies circulam na paisagem, no intuito de construir estratégias para mitigar ameaças e engajar a comunidade na proteção da biodiversidade.
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