Moldes em gesso de onças-pardas e onças-pintadas feitos a partir de rastros em UCs apoiadas pelo Programa

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As impressões deixadas no solo pelas onças-pardas, onças-pintadas, raposas-do-mato e lobos-guará que habitam o Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN), em Goiás, se tornaram souvenirs em moldes de gesso, comercializados aos visitantes. A proposta de apresentar a diversidade da fauna local no bioma do Cerrado foi tão bem recebida que estuda ser adotada também em outras Unidades de Conservação (UC) de Goiás e Minas Gerais, entre os quais o Parque Estadual Veredas do Peruaçu e o Parque Estadual Águas do Paraíso. Em comum, todas essas UCs são apoiadas pelo Programa COPAÍBAS – Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas e Áreas Protegidas nos biomas Amazônia e Cerrado, gerido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), por meio de recursos da Iniciativa Internacional da Noruega para Clima e Florestas – NICFI.

A iniciativa de elaborar moldes de gesso com os rastros dos mamíferos silvestres surgiu numa atividade de educação ambiental realizada com crianças dos municípios de Caldas Novas e Rio Quente, no entorno do parque goiano. O projeto foi desenvolvido e aplicado pela pesquisadora e bióloga da Universidade Federal de Catalão (UFCAT), Anna Souza, como parte da extensão do Programa de Conservação de Mamíferos do Cerrado. Ela explica que o primeiro passo é encontrar e identificar as pegadas de animais silvestres nas trilhas dos parques. A partir daí, são distribuídos moldes de silicone e gesso para reproduzir as impressões das pegadas. Dessa forma, de acordo com a pesquisadora, é possível diferenciar e até monitorar uma espécie.

“A oficina revela para as crianças a noção da diversidade da fauna local e, assim, as ensinam mais sobre o ambiente em que os animais estão inseridos. Apesar de nem sempre podermos vê-los, eles circulam por ali. É importante conhecer para preservar”, afirma Anna, que estuda a possibilidade de realizar o trabalho também com cerâmica, para expor as peças no Museu de Animais Empalhados, localizado dentro do PESCAN.

Expansão da atividade

A partir de um guia elaborado pela pesquisadora, contendo o passo a passo da atividade para a confecção de moldes em gesso, o projeto ganhou adesão em outros parques de Minas Gerais e Goiás, também apoiados pelo Programa COPAÍBAS. São eles: Parque Estadual Veredas do Peruaçu (PEVP), Parque Estadual Águas do Paraíso (Peap) e Parque Estadual de Terra Ronca (PETeR).

A coordenadora técnica do Parque Estadual Veredas do Peruaçu, Laíssa de Araújo Viana, conheceu o trabalho e passou a adotá-lo para as atividades de Educação Ambiental. “Vamos trabalhar com as pegadas da anta, que é símbolo da UC, e do cachorro-do-mato vinagre, que está na lista de extinção. Por causa da vegetação e dos hábitos dos animais, é muito difícil encontrá-los em uma visita. Queremos mostrar aos visitantes a fauna local, para que tenham noção do tamanho real desses bichos e das diferenças entre eles. Nas escolas, as crianças, por vezes, aprendem sobre girafas, elefantes e leões, mas não conhecem a diversidade da fauna brasileira”, diz.

Crédito da imagem: Anna Souza

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