Mulheres estão à frente do plantio de 1.200 mudas de baunilha do Cerrado (Vanilla pompona), em Goiânia. Tipicamente brasileira e pouco conhecida, a espécie de orquídea tem atraído os agroextrativistas pelo alto potencial comercial, já que o quilo pode chegar a R$ 500. Com apoio do Programa COPAÍBAS, associados da cooperativa CoopCerrado participaram de uma oficina sobre técnicas de manejo da baunilha e ganharam um viveiro, o que possibilitará a ampliação da produção. A ação faz parte do projeto “Potencializando o acesso a mercados de produtos da sociobiodiversidade do Cerrado”.
A baunilha do Cerrado já era conhecida pela extrativista Suely Souza, da Reserva Extrativista Recanto das Araras de Terra Ronca, em Goiás. Ela conta que, antes de participar da oficina, sabia de poucas possibilidades de uso da especiaria. “Nós usávamos, antigamente, para fazer chá, hoje produzimos para a cooperativa e sabemos de diversas aplicações na culinária”, diz a integrante do projeto.
A especiaria vem conquistando mais espaço na gastronomia, levando a produção a se intensificar no Cerrado nos últimos anos. A similaridade climática da região com países que são grandes produtores de baunilha como Madagascar, México e Costa Rica, propicia o cultivo. Outra vantagem da planta é a facilidade para adubar, já que pode ser usado o método de compostagem. O gerente da CoopCerrado, Marcelo Egito, explica que o projeto se encontra em fase inicial e a primeira colheita vai ocorrer nos meses de agosto e setembro deste ano.
Filho de agricultor, Flávio Cardoso, também participou da capacitação e acredita no potencial comercial da espécie de orquídea. “É uma planta sobre a qual ainda há pouco estudo. São 110 espécies, entre as quais 20 aromáticas que podemos trabalhar. Na nossa região, a melhor é a Vanila pompona. O clima de Goiás é muito propício ao cultivo. E em apenas um pé dê baunilha se produz de 10 a 15 frutos, cerca de 8 a 10 gramas cada fruto. Ou seja, em uma área pequena, conseguimos produzir bastante baunilha”, explica.
Um dos objetivos do Programa COPÁIBAS é o fortalecimento das cadeias de valor e arranjos produtivos locais. A iniciativa tem o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) como gestor técnico e financeiro e a Iniciativa Internacional da Noruega pelo Clima e Florestas (NICFI) como financiadora.
Foto: Divulgação/CoopCerrado
