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COPAÍBAS apoia conservação socioambiental do Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu

Em junho, o Programa COPAÍBAS apoiou o Conexões do Sertão – Encontro de experiências no Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, para conectar instituições públicas, privadas, organizações da sociedade civil, academia, comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas para fortalecer a integração entre organizações que atuam pela conservação desse território. O mosaico é um conjunto de áreas protegidas na margem esquerda do Rio São Francisco, entre as regiões norte e noroeste de Minas Gerais e parte do sudoeste da Bahia. Com área de 1.783.799 hectares, envolve Unidades de Conservação (UCs) ambiental, comunidades tradicionais e a Terra Indígena Xakriabá.

O Programa COPAÍBAS apoia a consolidação de cinco UCs na região: Parque Estatual (PE) Veredas do Peruaçu, PE Serra das Araras, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Veredas do Acari, PE Verde Grande e PE Lagoa do Cajueiro; além de duas cooperativas com atuação socioambiental – Grande Sertão e Copabase e uma associação, o Núcleo do Pequi, além de um projeto de Gestão Territorial e ambiental na Terra Indígena (TI) Xakriabá e dois projetos de manejo integrado do fogo que estão começando.

Paula Ceotto, gerente do Programa COPAÍBAS, falou sobre a presença na região. “Os projetos e eixos de atuação do COPAÍBAS reforçam a diversidade, relevância e riqueza das iniciativas socioambientais implementadas no mosaico. Fortalecendo esse coletivo e a integração entre as instituições é uma forma de fortalecer o próprio território, quem sabe gerando novas ideias, conexões e ações”, afirma.

O evento, que aconteceu de 9 a 11 de junho, no Instituto Federal – Campus Januária MG, foi realizado pelo Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Estadual de Florestas (IEF), com apoio do Instituto Ekos Brasil e Programa COPAÍBAS.

Laíssa Viana, do IEF, conta que já existem muitas iniciativas que trabalham de forma independente no território. “A proposta é que seja um começo para que os projetos e instituições da região, que se complementam, possam trocar experiências de boas práticas a partir desse encontro e possam se ajudar e atuar em conjunto”, afirma.

As distâncias dificultam as trocas sobre o que já é feito no mosaico, que conta com 4 milhões de hectares em sua área estendida, como ressalta Damiana Campos, da Rede de Mosaicos de Áreas Protegidas (REMAP). “O encontro facilitou sinergias, inspirando o olhar para o que já tem sido feito e ajudando que se comece a se reconhecer como um grande projeto de conservação. É manejo, cuidado e história. Que seja o primeiro de muitos encontros”, conclui.

Na expectativa de sair com novas conexões e ideias para o futuro, a presidente do Instituto Ekos Brasil, Ana Moeri, afirma que o ganho do encontro está justamente na união e na cooperação entre instituições que atuam nessa região. “Conectar experiência, alinhar esforços e captar recursos de forma integrada é o caminho para fazermos mais e melhor”, destaca.

A criação do Mosaico Sertão Veredas – Peruaçu busca conciliar a proteção da biodiversidade à valorização cultural e social das comunidades, em uma proposta de gestão integrada e participativa. O território faz parte da região dos Gerais, imortalizada por João Guimarães Rosa em obras como “Grande Sertão: Veredas”, “Sagarana” e “Manuelzão e Miguilim”. A diversidade ambiental da região, que abriga espécies endêmicas da fauna e flora do Cerrado, convive com a riqueza cultural dos povos tradicionais sertanejos, ribeirinhos, geraizeiros, veredeiros e vazanteiros.

Foto: Mariana Menezes/FUNBIO

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