Dia Nacional do Cerrado: conheça as ações do COPAÍBAS para conservação do bioma

O Cerrado é uma das regiões com maior biodiversidade do mundo. Mas também coleciona um título preocupante: é, junto com a Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados. Desde 2020, o Programa COPAÍBAS atua no Cerrado brasileiro com uma série de ações que contribuem para a redução do desmatamento. Por meio do Programa, 21 Unidades de Conservação são apoiadas nos estados de Minas Gerais, Goiás, Maranhão e Mato Grosso. Estão previstas também a criação de novas Reservas Particulares do Patrimônio Natural em regiões como a Serra do Espinhaço (MG) e no Jalapão (GO).

O Programa promove, ainda, a estruturação e o fortalecimento das cadeias de valor e dos arranjos produtivos da sociobiodiversidade, uma das formas de geração de renda para povos tradicionais. Outro eixo de ação é a elaboração e implementação de Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) em Terras Indígenas, assim como o fortalecimento institucional de organizações indígenas. 

“O Cerrado, savana mais biodiversa do mundo, é o berço de algumas das mais importantes bacias hidrográficas do Brasil.  Sua conservação, portanto, é chave tanto para o conhecimento dessa riqueza ainda apenas parcialmente mapeada, como também para o equilíbrio hídrico e climático. O COPAÍBAS apoia unidades de conservação, gestão territorial de terras indígenas pelos próprios povos indígenas e alternativas econômicas que geram renda e contribuem para manter o Cerrado de pé, beneficiando assim paisagens e povos dos campos, das florestas e das águas”, comenta Paula Ceotto, gerente de projetos do Programa COPAÍBAS.

No Dia Nacional do Cerrado, celebrado em 11 de setembro, conheça alguns projetos apoiados no bioma:
Juventude zelando pelo bioma 

O projeto “Jovens cuidando do Cerrado e resgatando vidas”, do Grupo Semente, trabalha na ampliação e consolidação das atividades extrativistas já realizadas pelo coletivo de agricultores do município da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, para melhorar a geração de renda. O grupo tem cerca de 150 pessoas e dois jovens do coletivo estão participando de oficinas, aprendendo noções de gestão, produção e comércio, e sendo preparados para ensinar aos mais velhos que ainda é possível tirar o sustento da terra com dignidade.

Turismo agroecológico e geração de renda no Alto Paraíso 

Implantado pela Cooper Frutos do Paraíso, em Alto Paraíso de Goiás, o projeto “Turismo Agroecológico na região do Parque Estadual Águas do Paraíso e entorno” vai ajudar moradores de dois assentamentos localizados na região a desenvolverem o potencial turístico. Muitos deles já atuam informalmente como guias, além de trabalharem com extrativismo. 

Extrativismo do açaí

O trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Comitê de Desenvolvimento Sustentável de Porto de Moz (CDS), na Reserva Extrativista Verde para Sempre, no Pará, tem objetivo de garantir a conservação da floresta e a geração de renda com o extrativismo do açaí na região. O projeto pretende organizar os produtores de açaí manejado em uma área potencial de produção total de 150 hectares. Cerca de 100 famílias, de sete comunidades, estão envolvidas na estruturação desta cadeia produtiva, participando de uma série de oficinas e ajudando no inventário para conhecimento da área. A ideia é construir uma alternativa de sustento com o açaí nativo para as famílias, muitas delas atraídas por atividades ligadas ao gado bovino e de búfalos, além da extração ilegal de madeira na região.

Consolidação de terras indígenas

Mais de 400 Terras Indígenas estão localizadas no Cerrado e na Amazônia. Elas são verdadeiros santuários para a biodiversidade local, proteção do ecossistema e estão entre as áreas mais conservadas do Brasil. Os povos indígenas são os responsáveis por resguardar e defender esses territórios.
Para apoiar essa difícil tarefa, o Programa COPAÍBAS trabalha pelo fortalecimento institucional de organizações indígenas de atuação local e regional em ambos os biomas, com subsídios materiais e técnicos que contribuem para sua proteção territorial e uso sustentável dos recursos naturais. Atualmente, mais de 50 povos indígenas e 21 projetos são beneficiados pelas ações do Programa. Entre eles estão os Kayapó,  por meio do apoio para o desenvolvimento do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) da TI Capoto/Jarina (MT), e os Karipuna, em ações de vigilância e monitoramento dos limites das TIs Uaçá e Juminã (AP), entre tantos outros.

Criação de Planos de Uso Público

Sete parques estaduais estão recebendo apoio para criação de Planos de Uso Público (PUPs). Os PUPs são documentos que dão as diretrizes para a visitação (ou para o Uso Público) da Unidade de Conservação.

Entre ele, o Parque Estadual Serra Nova e Talhado, Unidade de Conservação que abrange 5 municípios (Rio Pardo de Minas, Serranópolis de Minas, Mato Verde, Porteirinha e Riacho dos Machados) em Minas Gerais, onde já foram realizadas oficinas com a participação de agentes comunitários, moradores e empresários locais. Nestes encontros, foram discutidas as prioridades do plano, que já está em fase de finalização. 

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