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Expedição revela mais de 70 espécies de anfíbios e répteis em parque mineiro

O Brasil ocupa o terceiro lugar no mundo em riqueza de répteis e parte fundamental dessa diversidade está distribuída na Caatinga e no Cerrado. Um levantamento recente realizado por oito especialistas no Parque Estadual Caminho dos Gerais, em Minas Gerais, apoiado pelo Programa COPAÍBAS, registrou 71 espécies de anfíbios e répteis, incluindo animais de difícil observação como o lagarto Heterodactylus septentrionalis, conhecido por sua cauda desproporcional, e 22 espécies de serpentes.

Um dos destaques da expedição foi o primeiro registro fotográfico dentro do parque da espécie de sapo Trachycephalus mambaiensis, popularmente chamado de perereca-grudenta. “Nosso objetivo foi preencher uma grande lacuna de conhecimento nas áreas de transição entre os biomas, além de fornecer dados fundamentais para a gestão do Parque Estadual Caminho dos Gerais e para a preservação da Caatinga em Minas Gerais”, explica o pesquisador Adrian Guarda, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A herpetofauna — grupo que inclui anfíbios e répteis — tem papel essencial nos ecossistemas, funcionando como controladores de pragas, predadores e presas, além de serem bioindicadores da saúde ambiental, especialmente os anfíbios, extremamente sensíveis às mudanças climáticas e à degradação dos habitats. Das 71 espécies catalogadas, 29 são anfíbios e 42, répteis.

Os pesquisadores envolvidos, entre eles, Adrian Antonio Garda (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Leandro Silva (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e Ricardo Marques (Universidade Federal da Bahia ), os mestrandos Marcela Siqueira (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e Felipe Paiva (Universidade Federal de Rondonópolis) e os graduandos da (UFRN) Fabiany da Silva, José Oliveira e Daniel Silva, enfrentaram os desafios de permanecer por 24 dias no Parque em busca dos animais.  O Caminho dos Gerais é uma Unidade de Conservação localizada em quatro municípios do extremo norte Mineiro (Espinosa, Gameleiras, Mamonas e Monte Azul), na zona de transição (ecótono) entre Caatinga e Cerrado.

O Programa COPAÍBAS – Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas e Áreas Protegidas nos Biomas Amazônia e Cerrado – tem como objetivos reduzir a taxa de desmatamento e conservar florestas, contribuindo para o enfrentamento das mudanças climáticas e a melhoria das condições de vida de povos indígenas e populações tradicionais. O COPAÍBAS atua em quatro eixos estratégicos: fortalecimento das Unidades de Conservação no Cerrado, apoio à gestão territorial e ambiental em Terras Indígenas na Amazônia e no Cerrado, promoção de diálogos sobre temas ligados às mudanças climáticas junto aos representantes do sistema de justiça brasileiro e o fortalecimento das cadeias de valor e arranjos produtivos locais. A iniciativa tem o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) como gestor técnico e financeiro e a Iniciativa Internacional da Noruega pelo Clima e Florestas (NICFI) como financiadora.

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