COPAÍBAS apoia Plano de Manejo em RPPN criada por grupo de amigos no norte de Goiás

A união de seis amigos levou à criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) no norte de Goiás, que ajudou na manutenção de um corredor de biodiversidade ligando o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros ao território quilombola Kalunga. A reserva Flor das Águas, que conta com a execução em curso de um Plano de Manejo apoiado pelo Programa COPAÍBAS, vem sendo fundamental para diminuir a pressão sobre o Rio das Almas, uma das principais bacias hidrográficas do Cerrado, e garantir, em seus 72 hectares, a conservação de um importante patrimônio natural no bioma.

A implantação do Plano de Manejo visa permitir um melhor gerenciamento da reserva e criar um zoneamento que facilite o monitoramento de toda área.

“Essa parceria com o COPAÍBAS tem sido fundamental para o fortalecimento da RPPN e desse importante corredor de biodiversidade. O Plano Manejo é uma peça central em todo o processo”, afirma o idealizador da RPPN, Frederico Rosalino.

A RPPN é uma das seis contempladas, dentro do COPAÍBAS, no Projeto Aroeira para Conservação de Terras Privadas. A iniciativa visa contribuir com a redução do desmatamento, protegendo áreas particulares relevantes no Cerrado, localizadas nos maiores fragmentos na Chapada dos Veadeiros (GO) e no Jalapão (TO).

A terra adquirida estava sendo vendida em pequenos lotes, todos de um alqueire cada, que margeavam o rio. O impacto que futuras pequenas propriedades poderiam causar no rio fez com que Rosalino mobilizasse alguns amigos para compra total do território.

“Depois, já de posse do terreno, enfrentamos a ameaça de instalação de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), que inundaria parte da região e provocaria o desvio do curso d’água. Foi quando procuramos ajuda para a criação da RPPN que, em 2021, acabou sendo oficializada”, diz Rosalino, salientando que a localidade sofre ainda pressão da mineração e de garimpos ilegais.

Rosalino explica que a maioria dos envolvidos na empreitada não tem qualquer relação direta com ações voltadas à proteção ambiental. Segundo ele, que atua na engenharia civil, o perfil profissional dos membros do grupo, formado por três mulheres e três homens, é bastante diverso: arquiteto, diretora de cinema, cantora, terapeuta holística e um executivo de banco.

“Sempre tive uma relação muito próxima com a Chapada dos Veadeiros e com o município de Cavalcante. Inicialmente, queria um terreno que fosse à beira de rio, com o objetivo de desfrutar mesmo. Algo que encontrei em 2017, nessa localidade por onde corre o Rio das Almas, que vem desde o Parque Nacional até o território Kalunga. E esse foi um diferencial importante, estar próximo desse patrimônio cultural quilombola tão marcante para a região”, explica Rosalino, que é morador de Brasília.

Esse é um ponto importante de sinergia com o COPAÍBAS, que tem duas importantes iniciativas socioambientais dentro do território Kalunga. Uma, realizada junto à Rede Sementes do Cerrado, fortalece e aprimora a base de coletas de semente na comunidade Ribeirão; e outra, ligada à Associação do Quilombo Kalunga (AQK), financia a construção de um armazém para a venda do coco do babaçu, que também abrigará uma casa de memória e cultura da população local

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