Após 44 anos de espera, o Parque Estadual de Mirador, no Maranhão, está prestes a ganhar um Plano de Manejo, uma das principais ferramentas de gestão de uma unidade de conservação. Elaborado com o apoio do Programa COPAÍBAS por representantes do poder público, da sociedade civil, das comunidades locais e por pesquisadores, o documento deverá ser ratificado até julho e representa um grande avanço para a conservação do Cerrado na região.
Com 500 mil hectares (área três vezes e meia maior que a do município de São Paulo), o Mirador é o segundo maior bloco de áreas protegidas do bioma no Brasil, atrás apenas da região do Jalapão, entre o Tocantins e a Bahia, com 3 milhões de hectares. Criado em 1980, o parque é também a maior unidade de conservação integral do Maranhão e protege as nascentes dos rios Alpercatas e Itapecuru, que ficam no centro-sul do estado, na microrregião das Chapadas do Alto Itapecuru.
“Temos uma grande extensão de território protegido em meio a uma área de forte pressão do agronegócio, conhecida como Matopiba (acrônimo que une os nomes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). O Plano é uma ferramenta de gestão fundamental para fortalecer a unidade. Permitirá que tenhamos um planejamento para o Mirador, estabelecendo ações e programas que podem ser executados dentro do parque, além de dar suporte ao seu zoneamento”, comemora Francisco Júnior, gestor da unidade de conservação.
Ele destaca ainda a importância das oficinas realizadas com a população local para o melhor entendimento sobre a realidade do entorno do Parque. “São camponeses que estão aqui desde antes da criação do Mirador e foi uma ótima oportunidade para nos aproximarmos deles. Queremos que essa população seja nossa aliada, esteja integrada ao processo, seja ouvida e possa contribuir com tudo que envolva a unidade”, ressalta.
O plano está sendo construído com base no Roteiro Metodológico para Elaboração e Revisão de Planos de Manejo das Unidades de Conservação Federais, estabelecido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e possui o acompanhamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (SEMA).