O Programa COPAÍBAS vem executando, em parceria com a Ugorogmo (Associação do Povo Indígena Arara), um projeto de proteção e vigilância territorial que conta com a instalação de kits de internet para as sete aldeias que fazem parte daquela localidade, na área rural de Altamira (PA): Laranjal, Magarapi-Eby, Arombi, Ieury, Tagagem, Aradó e Auri. A iniciativa, que beneficia 350 indígenas, incluiu ainda a compra de sete drones, que auxiliam no monitoramento de toda a extensão da Terra Indígena (TI), principalmente nas áreas de difícil acesso.
Para Joyce Barbosa, que gerencia o componente indígena do Programa COPAÍBAS, o formato participativo do projeto tem facilitado sua aplicação em campo. “Essa é uma iniciativa pensada, planejada e executada pela própria comunidade local e esse é seu diferencial inovador. Buscamos dar o apoio necessário, em termos estruturais, logísticos e de capacitação, num processo que exige conhecimento daquela realidade específica e de sua dimensão local, mas que respeita e incentiva a autonomia dos povos indígenas”, explica.
Uma das lideranças da aldeia Laranjal, Mouridem Arara, destaca a importância da capacitação dos indígenas na operação dos equipamentos tecnológicos. Para ele, que se capacitou como piloto de drone, é necessário que todos na aldeia possam se aprofundar mais no uso dessas ferramentas. “Conhecemos bem o nosso território, mas existem locais que ficam num limite que não conseguimos alcançar. Com o drone, temos como sobrevoar a nossa terra e observar o que está acontecendo nos pontos mais afastados”, diz Mouriden.
“Além disso, a chegada da internet facilita nosso acesso a informações que podem nos ajudar em nossa luta, nos dá a possibilidade de pesquisarmos e entendermos mais sobre as leis do país”, completa o líder.
A primeira fase de treinamento foi realizada em dezembro de 2023 e reuniu 35 pessoas, majoritariamente os jovens. A próxima etapa acontecerá entre março e abril deste ano.
Antes da implementação do projeto, apenas a aldeia-mãe (Laranjal) contava com internet. A instalação nas demais comunidades facilitou a comunicação entre os polos, o contato com as instituições que se dedicam à proteção das terras indígenas, além do planejamento organizacional e de infraestrutura de todo aquele território. Também foram impactadas de forma positiva as quatro escolas da região e a estrutura do serviço de atendimento à saúde indígena.